quarta-feira, 1 de junho de 2011

Retrato de Perserverança

Fotografia e autorretrato (1910): evidências de caquexia reumatóide. 
Os últimos anos da vida de Renoir foram marcados por reconhecimento e dor. Fundador do movimento impressionista, Pierre Auguste Renoir (1841-1919) através de pinceladas fortes, cores vibrantes e traços leves, conseguiu captar a alegria dos pequenos momentos da vida, como por exemplo em Le Déjeuner des Cantonier, 1881. E tanta sensibilidade e vivacidade não aparentam o sofrimento que este pintor trazia durante a realização de suas obras.

Acredita-se que, próximo dos 50 anos, Renoir começou a manifestar sintomas de artrite reumatóide. Porém, após uma década, a doença assumiu proporções agressivas, provocando grandes limitações de seus movimentos e restringindo-o a uma cadeira de rodas. Não há documentação que comprove o diagnóstico e evolução da doença, entretanto através de fotos de seu arquivo pessoal é possível entender como foi o curso de sua doença. 

1986 – Presença de tumefações nas metacarpofalangeanas.
A artrite afetou tanto suas mãos, causando a ruptura dos tendões extensores; seus ombros, reduzindo a mobilidade articular; e suas pernas e pés, que pode ser observado pela progressão do uso da bengala para a cadeira de rodas e, posteriormente, com a incapacidade de usar sapatos.

1901 – Nascimento de seu filho Claude. 
Adaptação constante de sua técnica de pintura: pincéis amarrados às suas mãos pela sua esposa.
 1915 - Pés amarrados em meias de lã.
1912 – Acometimento simétrico das mãos com deformação dos dedos. Apesar das limitações, Renoir continuou a enrolar seus próprios cigarros, além de atingir o marco de 400 obras de arte. 


Apesar dos obstáculos a sua atividade artística, Renoir continuou a pintar, através de adaptações de seu cavalete e pincéis, até o final de sua vida. 
Uma de suas últimas obras: Les Grandes Baigneuses (1918-1919)

Referências:
How Renoir coped with rheumatoid arthritis - Annelies Boonen, Jan van de Rest, Jan Dequeker, Sjef van der Linde (BMJ - 1997)