segunda-feira, 10 de outubro de 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Critérios Diagnósticos para o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

Quando 4 ou mais dos seguintes critérios abaixo estiverem presentes, em qualquer momento na história clínica, é provável o diagnóstico de LES:

1. Erupção malar: eritema fixo, plano ou elevado, sobre as eminências malares.
2. Erupção discóide: manchas eritematosas, elevadas e circulares, com a presença de escamas queratóides aderidas.
3. Fotossensibilidade: exposição à luz solar ocasiona erupção cutânea.
4. Úlceras orais: observadas durante o exame físico.
5. Artrite: não erosiva, de duas ou mais articulações, em conjunto com tumefação, derrame e hiperssensibilidade.
6. Serosite: presença de pleurite ou pericardite.
7. Distúrbio renal: proteinúria > 0,5 g/dia ou > 3+, ou cilindros celulares.
8. Distúrbio neurológico: crises convulsivas ou psicose sem outras causas.
9. Distúrbios hematológicos: anemia hemolítica ou leucopenia ou linfopenia ou trombocitopenia na ausênciade medicamentos tóxicos.
10. Distúrbio imunológico: anti-dsDNA, anti-Sm e/ou antifosfolipídio.
11. Anticorpos antinucleares: título anormal de AAN na ausência de medicamentos que induzam seus níveis.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Síndrome de Behçet

O que é?
A síndrome de Behçet é um distúrbio multissistêmico caracterizado por ulcerações orais e genitais recorrentes, podendo acometer também a mucosa ocular.

Quem pode ter?
Acomete jovens de ambos os sexos igualmente (embora o sexo masculino apresente uma forma mais grave), oriundos das regiões do Mediterrâneo, Oriente Médio e Extremo Oriente.

Quais são as manifestações da doença?
O sintoma principal é a presença de ulcerações aftosas, que geralmente são dolorosas, com uma base necrótica central amarelada. Podem ser rasas ou profundas, isoladas ou agregadas, com duração variável de uma a duas semanas. A regressão é espontânea e não provoca cicatrizes.
O comprometimento da pele inclui foliculite, exantema, eritema nodoso e vasculite.
A complicação mais grave é a panuveíte bilateral que pode progredir rapidamente para um quadro de cegueira.
A artrite da Síndrome de Behçet acomete os tornozelos e joelhos, e não é deformadora.

Como diagnosticar?
O diagnóstico é clínico, baseado no seguinte critério:
- Ulceração oral recorrente, mais dois dos seguintes:
1. Ulcerações genitais recorrentes
2. Lesões oculares
3. Lesões cutâneas
4. Teste de patergia

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Síndrome de Sjögren

O que é?
A síndrome de Sjögren é uma doença auto-imune crônica, progressiva, que se caracteriza pela infiltração de linfócitos em glândulas exócrinas. Pode se apresentar de maneira isolada (Síndrome de Sjögren primária) ou associada a outras doenças auto-imunes (Síndrome de Sjögren secundária).

Quem pode ter?
Acomete principalmente mulheres (proporção entre o sexo masculino e feminino é de 1:9), na faixa etária de 40 a 50 anos. Apesar da prevalência neste período, a síndrome pode ocorrer em todas as idades.

Quais são as manifestações da doença?
Os sintomas mais comuns são a diminuição da função das glândulas lacrimais e salivares. A xerostomia é um dos principais sintomas, que é traduzido pelas queixas do paciente, como disfagia, incapacidade de falar continuamente e aumento de cáries. Ao exame físico, nota-se a mucosa oral seca, eritematosa e pegajosa. Em 70% dos casos de Síndrome de Sjögren primária, é possível observar hipertrofia das glândulas salivares.
Outra característica da síndrome é o comprometimento ocular. Pacientes normalmente queixam-se de sensação de areia sob as pálpebras, coceira, vista cansada, vermelhidão e fotossensibilidade.
O comprometimento de outras glândulas é menos freqüente, e inclui a redução das secreções das mucosas do trato respiratório, ocasionando ressecamento do nariz, garganta e traquéia; e redução da secreção das glândulas do trato intestinal, provocando atrofia da mucosa esofágica e gastrite atrófica.

Como diagnosticar?
Paciente apresenta secura de olhos e/ou boca, testes oculares positivos para ceratoconjuntivite seca, outras manifestações clássicas da síndrome e presença de auto-anticorpos Ro/SS-A e/ou La/SS-B no soro.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Entendendo a Osteoartrite - Benefícios da Atividade Física e da Caminhada

Texto de autoria do Dr. César Augusto Fávaro Siena. 

“Osteoartrose” é uma doença sempre presente nas dúvidas do leigo. Inúmeras reportagens apresentam essa doença como nociva, ruim e perigosa, deixando uma imagem de algo assustador e inevitável, o que não é verdade. Pouco ou nada se lê na mídia leiga sobre o tratamento dessa doença e como amenizar suas conseqüências. Esclarecer esses fatos é um dos objetivos deste artigo.
            Primeiramente, o termo “osteoartrose”, apesar de popular, está atualmente em desuso. O termo correto, que será usado neste artigo, é osteoartrite (abreviado aqui como OA).
            A forma mais comum de artrite é a osteoartrite (OA). Não se trata meramente de um “desgaste nas juntas”, mas de um complexo conjunto de modificações bioquímicas, mecânicas e funcionais, que podem ou não resultar em sintomas.
            Ter um RX mostrando OA não é garantia que a dor seja proveniente desta doença. Em outras palavras, um RX que revela OA não demonstra se a dor vem dali ou não. A dor em uma junta pode ter muitas origens, com ou sem OA. Somente metade dos adultos com dor no joelho têm OA no RX e, mesmo quando a OA está presente, ela pode não ser a principal causa da dor. O leigo se confunde com isso, mas, de posse desta informação, é possível compreender que o RX não é o “fim da linha”. Um médico de confiança deve ser procurado para esclarecer a origem da dor e seu tratamento. Um dos médicos especializados nisso é o reumatologista.
O sedentarismo pode levar à rigidez e falta de lubrificação e de flexibilidade do joelho, causando dores similares às da OA. A fibromialgia, a ansiedade crônica, a depressão e outras doenças também podem levar a dores musculoesqueléticas que imitam aquelas da OA. Entender e tratar a OA exige compreender os malefícios do sedentarismo e como tratá-los.
O sedentarismo (ou inatividade física) está intimamente ligado à OA, na medida em que ele pode ser causa e consequência dessa. Um indivíduo com OA não tratada pode se tornar mais sedentário. Por sua vez, o sedentarismo está associado com piora da fraqueza do quadríceps, que se torna um fator de risco para o desenvolvimento de OA. Um alimenta o outro.
O sedentarismo também contribui ou está associado ao diabetes mellitus, à obesidade, à insuficiência cardíaca congestiva, ao infarto do miocárdio, ao derrame cerebral, à osteoporose, à ansiedade, à depressão, à piora de dores crônicas e da fibromialgia, entre outros problemas.
A atividade física leve a moderada, tal como a caminhada, possui propriedades preventivas e terapêuticas capazes de combater o sedentarismo e todas aquelas doenças e sintomas a ele relacionados, incluindo aqueles provenientes da OA. A caminhada pode ainda melhorar o equilíbrio, principalmente de idosos, melhorando sua independência e sociabilização. Pode ainda reduzir o consumo e o gasto com medicamentos. A redução de medicamentos para hipertensão arterial e diabetes chega a 34%, podendo haver redução ainda maior com antiinflamatórios e analgésicos usados constantemente para dores crônicas. A redução do uso de antiinflamatórios para OA ou qualquer outra fonte de dor é fundamental para a redução do risco de gastrite, esofagite de refluxo, duodenite, insuficiência renal, hepatite e tantos outros efeitos colaterais desses medicamentos.
Conforme informações da GLOBALPA (Global Advocacy for Physical Activity), a atividade física já é reconhecida como um determinante chave da saúde mental, social, ambiental e financeira. Mental porque a caminhada melhora as funções cognitivas, deixando o indivíduo mentalmente mais ativo. Social porque a caminhada pode fazer amigos; pode permitir a um idoso ir a um supermercado, à igreja, visitar seus parentes e amigos. Ambiental e financeira, porque indo à pé, e não de carro, há economia de gasolina, menos poluição, menos gastos, menos efeito estufa.
Programas supervisionados de fortalecimento muscular ou de exercícios aeróbicos como a caminhada são capazes de reduzir a dor e aumentar a mobilidade de pacientes com OA.
A crença de que a caminhada e os exercícios físicos são proibidos para pacientes portadores de OA é um falso mito. Há evidências científicas de que a caminhada e exercícios leves a moderados não pioram o processo patológico da OA, não pioram a dor nem a progressão da doença. Pelo contrário, a atividade física é efetiva em reduzir a dor provocada pela OA e por várias outras doenças, tais como a fibromialgia, bem como melhorar a função articular e muscular, reabilitando o indivíduo. Até mesmo indivíduos com artrite reumatóide podem se beneficiar com esse tipo de tratamento.
A OA não é uma contra-indicação ao exercício físico. Algumas contra-indicações ao exercício físico são doenças como infarto do miocárdio agudo, insuficiência cardíaca aguda, angina instável, arritmias incontroláveis ou perigosas, entre algumas outras.
O exercício físico pode ser prescrito pelo médico como qualquer outro medicamento. O início deve ser lento e gradual. Um idoso com OA, p.ex., pode levar entre 2 a 3 meses para se adaptar. A idéia é causar uma sobrecarga controlada no organismo, a qual vai levar à adaptação e todas as melhorias já listadas. A sobrecarga controlada pode ser obtida ajustando-se a intensidade, o volume e a frequência do exercício de acordo com o indivíduo. Em geral, os pacientes podem começar com uma caminhada lenta, de 20 minutos de duração. O aumento da velocidade, do tempo e da freqüência da caminhada deve ser gradual. A mudança desses parâmetros em pacientes portadores de outras doenças em geral é feito por meio de cálculos baseados na freqüência cardíaca ou em outras avaliações simples. A maioria das pesquisas nessa área não recomenda como obrigatórios testes mais caros, tais como o teste de esforço (teste da esteira) ou outros, exceto se sob recomendação explícita do médico. A maioria dos benefícios pode ser obtida com 3 a 5 dias por semana. Pacientes com dores crônicas eventualmente podem se beneficiar com uma freqüência maior.
Sinais que podem alertar que aquela quantidade de atividade física é excessiva e deve ser reduzida são dor articular durante a atividade, dores que duram mais de 2 horas após o exercício ou inflamação articular (inchaço).
Além da caminhada e exercícios aeróbicos similares, diferentes modalidades de atividade física podem ser prescritas pelo médico para fins de tratamento da OA ou de sintomas provenientes de outras doenças. Exercícios de fortalecimento também são benéficos, desde que precedidos por períodos de aquecimento e combinados com alongamentos adequados. Calor e frio podem ser adjuvantes nessas terapêuticas. Algumas dores crônicas se beneficiam com calor local. Inflamações e traumas agudos se beneficiam com a aplicação de gelo. Nunca aplique calor em uma junta inflamada, exceto se sob orientação do médico. Nunca aplique gelo em áreas de pele sem sensibilidade ou com a circulação comprometida.
Alguns pacientes com OA muito avançada ou com incapacidade de iniciar programas leves de caminhada podem se beneficiar com exercícios isométricos ou outros orientados por médico, fisioterapeuta ou profissional habilitado. Em casos mais avançados, a prescrição correta de uma bengala ou andador pode ser feita.
O tratamento da OA, além da atividade física, deve incluir orientações de proteção articular, que podem ser obtidas com o seu reumatologista, bem como redução da obesidade. A perda de peso nos pacientes com sobrepeso ou obesos é capaz de reduzir a dor associada à OA e a progressão desta doença.
Seja você mais um adepto da atividade física e um divulgador de seus benefícios para familiares, amigos e sua comunidade!

Referências Bibliográficas

1. Callaghan MJ, Oldham JA, Hunt J (1995) An evaluation of exercise regimes for patients with osteoarthritis of the knee: a single-blind randomized controlled trial. Clinical Rehabilitation 9 (3): 213–8.

2. De Jong OR, Hopman-Rock M, Tak EC (2004) An implementation study of two evidence-based exercise and health education programmes for older adults with osteoarthritis of the knee and hip. Health Education Research 19 (3): 316–25.

3. Evcik D, Sonel B (2002) Effectiveness of a home-based exercise therapy and walking program on osteoarthritis of the knee. Rheumatology International 22 (3): 103–6.

4. Peat G, Thomas E, Duncan R et al. (2006) Clinical classification criteria for knee osteoarthritis: performance in the general population and primary care. Annals of the Rheumatic Diseases 65: 1363–7.

5. McAuley E, Katula J. Physical activity interventions in the elderly: influence on physical health and psychological function. Annu Rev of Gerrontol geriatr 1998;18:111-154.

6. Silva, Leonardo José da ; Matsudo, S. M. M. ; Lopes g . Caminhada no tempo de lazer e consumo de medicamentos em idosas usuárias do programa de saúde da família. In: congresso brasileiro de atividade física e saúde, 2009, porto de galinhas. Atividade física no sistema único de saúde: da atenção básica a ações intersetoriais, 2009. V. 14. P. 78-78.

7. Jardim t ; Novais Fv ; Leite M ; Valério M ; Silva, Leonardo José da . Nivel de atividade física e consumo diario de medicamentos em idososresidentes da vila clementino no municipio de são paulo. In: 31º simposio internacional de ciencias do esporte, 2008, são paulo. Da teoria à pratica: do fitness ao alto rendimento. Londrina : midiograf, 2008. V. 16. P. 75-75.

8. Harries UJ, Bassey EJ. Torque-velocity relationships for the knee extensors in women in their 3rd and 7th decades. Eur J Appl Physiol Occup Physiol 1990;60:187-190.

9. Lyngberg, KK, Harreby M, Bentzen H et al. Elderly rheumatoid arthritis patients on steroid treatment tolerate physical training without an increase in disease activity. Arch Phys Med Rehabil 1994;75:1189-1195.

10. Coleman EA, Buchner DM, Cress ME et al. The relationship of joint symptoms with exercise performance in older adults. J Am Geriatr Soc 1996;44:14-21.


domingo, 21 de agosto de 2011

Fotos da II Jornada de Reumatologia


Camerata da UFSCar - 1° dia de evento
Coquetel - 1° dia de evento

Primeira Mesa Redonda - 2° dia de evento

Segunda Mesa Redonda - 2° dia de evento

Terceira Mesa Redonda - 2° dia de evento

A LAR agradece a presença de todos que tornaram possível a realização da 
II Jornada de Reumatologia!